terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Falta de Autocarros

Mais um dia em que o autocarro tinha faltado o autocarro e quando um apareceu, foi a abarrotar.

O percurso normal é de 25 minutos mas, como era final de um mês ainda considerado inverno, tinha caído umas pinguitas de chuva e o autocarro demorou mais que os 25 minutos habituais.
Como disse, o autocarro ia cheio mas vi mesmo ao fundo um lugar no último banco.

Aliás, quando cheguei perto, vi que eram 3 lugares mas, como tinha dado passagem a um casal de mais idade, o casal ficou nos outros 2 lugares no lado direito do último banco e eu fiquei com o tal lugarzinho que inicialmente tinha visto.

O tal lugar era no meio de 2 rapazes novos, pelo menos de aparência nova.

Lá me sentei no meio dos dois, coloquei a pasta e a mala no meu colo e fiquei assim quietinha mas a sentir-me prensada entre aqueles dois rapazes.

Comecei a sentir, na minha perna esquerda, algo a tocar, vi que era a mão daquele que estava sentado no meu lado esquerdo.

Admito que fiquei incomodada mas incomodada apenas porque estávamos ali cheio de pessoas nos outros bancos... desviei-me apenas uns milímetros porque, ao me desviar, fiquei mais encostada ao outro que estava no meu lado direito...

Até que, com os solavancos do autocarro, acabei por voltar à posição de antes, com a mão do outro encostada à minha perna esquerda.

Não tinha como escapar então deixei-me estar.

Como ele percebeu que eu não dizia nada contra isso, começou a esfregar a mão na minha perna, a fazer festas na minha perna.

Olhei para ele e ele levantou um pouco o casaco que tinha no colo, deu para ver o volume que já tinha nas calças, umas calças acinzentadas do género de fato treino, de tecido maleável.

Nos segundos seguintes, já eu tinha passado a segurar a minha pasta e mala apenas com a mão direita pois a minha mão esquerda já estava na perna dele.

Ele parou de tocar na minha perna, agarrou na minha mão (aquela que tocava na perna dele) e levou-a para baixo do casaco, em cima das calças dele.

Percebi a ideia e fui alisando o pau dele por cima das calças por alguns segundos.

Foram por alguns segundos porque, com a outra mão dele que estava disponível, ele tirou o pau para fora já que as calças eram maleáveis e tinha o casaco em cima o que dava para disfarçar perfeitamente.

Claro que a seguir punhetei-o lentamente para não dar nas vistas com os movimentos.

Mas o outro que estava sentado do meu lado direito deve ter percebido porque começou a ajeitar-me muito no banco, até que olhei para ele e ele ajeitou o pau.

Eu apenas sorri e continuei a punheta no outro.

Fingi olhar para a janela mas estava era a olhar para ele já que a direcção era a mesma e vi que ele se contorcia disfarçadamente no banco.

Nisto ele pega no telemóvel e fingiu um telefonema (fingiu porque o telemóvel tinha a luz apagada) e diz nesse “telefonema”: "yo bro vou sair daqui a 2 paragens".
Claro que percebi o "recado".

Como tinha a pasta e a mala a tapar-me e o casaco dele em cima dele e o outro do lado tinha percebido, já nem me preocupei e aumentei mais os movimentos.

Nisto chega-se à paragem antes da dele e aumento ainda mais os movimentos até que sinto algo morno e pegajoso na minha mão.

Com a minha outra mão, tirei um lenço de papel da minha mala (ainda bem que tenho sempre lenços de papel e estavam mesmo ali ao de cima da mala), tirei a outra mão debaixo do casaco dele e limpei-me.

Ele ajeitou-se, tocou para sair do autocarro, desviei-me para ele passar e saiu.

O outro que estava no meu outro lado começou também a ajeitar-se, talvez a ver se lhe calhava algo do mesmo género mas eu disse em voz baixa "estou quase a sair também", embora tenha ficado com pena dele eheheh mas realmente sai logo a seguir do autocarro.

Que todos os atrasos e falhas de autocarros pudessem ser assim 😉


Beijos da vossa 👄Maria dos Prazeres👄


2 comentários:

  1. No tempo em.que andava de autocarro nunca e calhou uma coisas dessas com muita pena minha

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  2. Acho que já ouvi isto em qualquer lado... ��
    KK

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